• Sady Homrich

    Sady Homrich

    Comecei a tocar bateria aos 20 anos de idade, em 1984, quando a efervescência cultural no sul do Brasil estava em alta. Eu já tocava na noite desde 1981, repertório MPB em bares.

    Desde os 14 anos tocava percussão em roda de samba, depois estudei cavaquinho. Do ganzá a cuíca, o que vinha eu traçava. O rock brasileiro dava os primeiros sinais de furar a barreira imposta pelas gravadoras e as bandas novas começavam a lançar compactos (pequenos discos com uma ou duas músicas de cada lado), formando a primeira leva do rock brasileiro dos anos 80.

    Isso foi definitivo para eu procurar o Thabba, meu primeiro professor de bateria. O Thedy, o Carlão e eu já estávamos decididos a montar uma banda. Passei a tocar bateria na noite, aprendendo muito com outros músicos e estudando sempre. O proprietário do bar que eu tocava era colega de faculdade de engenharia (PUCRS) e me emprestava a chave do Bangalô Bar para ensaiarmos à tarde. Até que na noite 5/10/1986 o Nenhum de Nós tocou pela primeira vez, iniciando uma história que está já completou 31 anos.

    Quando era moleque, brincava de tocar bateria em baldes, panelas e vasos com pauzinhos de cabide. Meu pai me levava todos os domingos para assistir aos “Concertos para a Juventude”, onde a OSPA (Orquestra Sinfônica de Porto Alegre) tocava clássicos. Havia uma vivência bastante musical, mas não havia músicos próximos na minha família (com exceção do tio Hugo, acordeonista) e só fui ter contato com os primeiros instrumentos de percussão lá pelos 14 anos.

    Aos 19 tocava na noite, como hobby, pra levantar alguma grana, pois meu objetivo (e de minha família) era concluir o curso de Eng. Química. E fui tocando e estudando até montar a banda e gravar o primeiro disco com "Camila, Camila” de carro-chefe. Aí foi o fim da dúvida: decidi que seria músico, ainda que formado em engenharia. O diploma tá bem enrolado no fundo de uma gaveta... A engenharia é um ótimo hobby...

    Escolhi a bateria pela afinidade precoce com a percussão. A formação cartesiana (toda a família é de engenheiros, inclusive eu!) que tive em casa também ajudou: tem muita matemática nas divisões musicais. Quando fui estudar o instrumento, já tinha noção de ritmo, o que facilitou muito. As noções de harmonia que tive com o cavaquinho também ajudaram bastante na integração com os outros músicos da banda. Nós aprendemos a tocar juntos!

    Muitos bateristas me influenciaram ao longo dos anos pela sua postura, e muitos artistas e bandas pelo conceito musical, que acho fundamental. Desde Ringo Starr e Keith Moon, passando por Neil Peart, Phil Collins, Bill Brufford, Chester Thompson, Bob Benberg (Supertramp), Larry Murlay Jr. e Billy Cobham até John Bonham e Ian Paice. Dos brasileiros: Airto Moreira, João Barone, André Jung, Alexandre Fonseca e Albino Infantozzih. Tenho gostado do trabalho do Nathan Followill (Kings of Leon) e do Zak Starkey , Will Champion (Coldplay), Chad Smith (Red Hot) e Taylor Hawkins (Foo Fighters).

     

    Gosto de escutar absolutamente DE TUDO! Além de várias vertentes do rock de língua inglesa, escuto muita música brasileira - rock, MPB e samba; rock argentino, folclore de vários lugares e um pouco de compositores eruditos clássicos. E no carro aproveito pra escutar o que anda tocando nas rádios... Aí é complicado! Salvo raras exceções, as rádios esqueceram de tocar boa música.

    Vemos que as coisas mudaram pra melhor em termos de condições técnicas. Comprar um bom instrumento, gravar um disco, tocar ao vivo e até mostrar o trabalho são tarefas que inviabilizavam o começo de muitas bandas. Encontramos equipamentos de som e luz qualificados em todo o Brasil. Com um bom computador pode-se gravar um disco de qualidade. Mas falta um pouco de espontaneidade. Tem muita gente entrando nessa por grana. Se não houver investimento, não há retorno. E quem perde com isso é a arte, é a música, pois se você encarar isso só como um negócio, perde a poesia e o magnetismo...

    MINHA DICA: Não procure o caminho mais fácil. Procure o SEU caminho. Tem que estudar o instrumento, tocar e escutar de tudo, mas não pode ficar alienado do mundo que tá girando. Procure não abandonar outros deveres antes de ter certeza que está disposto a trilhar uma carreira SÓLIDA na música. Isso exige anos de investimento. Não deixe que a música magoe você por não lhe dar sustento. Você deve sustentá-la! Seja sincero. Seja uma pessoa que "vale a pena"!!! Aquele abraço!!

    Breve Perfil

    Nome completo: SADY HOMRICH JÚNIOR

    Instagram e Twitter: @burgomestresady / Facebook: @Sady Homrich

    Nome artístico: SADY HOMRICH Apelido: Se tem, por que? GORDO: óbvio pelos meus + de 120Kg. Em famíla me chamam de Júnior ou Chumbica...

    Idade: 54 anos

    Banda NENHUM DE NÓS – http://www.nenhumdenos.com.br / Facebook Nenhum de Nós

    Trabalhos paralelos: Regional Laranjal, samba “da antiga” e chorinho onde toco cavaquinho e cuíca, além de cantar.Não é um conjunto,  considero “um estado de espírito”!

    Trabalho mais marcante: em DVD: “Nenhum de Nós Acústico” (Orbeat/Trama, 2003).

    Set básico:

    Pratos Turkish: Hi-Hat 14” Studio, Crash 15” Rock Beat, Crash 18” Rock Beat, Splash 10” Classic, Crash 17” Classic, Ride 20” Classic, China 18” Rock Beat

    Baquetas SPANKING Signature SADY – Nenhum de Nós;

    Bateria RMV Concept Personalizada 13, 14 e 16”, bumbo 24”, caixa Red Shell 14”; peles RMV Duo Clear, contrapele Original Clear.

    Tambourine LP Black no hi-hat.

    Discos preferidos: Abbey Road (Beatles-1969), Led Zeppelin IV (1971), Ziggy Stardust (David Bowie-1972), The Dark Side of The Moon (Pink Floyd-1973), Spectrum (Billy Cobham-1973), Burn (Deep Purple 1974), Seconds Out (Genesis, ao vivo, 1974) Crisis?What Crisis? (Supertramp-1975), Permanent Waves (Rush-1980), Bicicleta (Serú Giran-1984-Argentina), Ten (Pearl Jam-1991), Stadium Arcadium (Red Hot Chili Peppers-2006), A Divina Comedia (Mutantes-1970), Secos e Molhados (1973), Velo (Caetano Veloso, 1989), Big Bang (Paralamas-1989)... Sem contar os de samba!

    Vida na estrada: Adoro a estrada. Mas também temos que cumprir uma rotina que, que tem cores que variam com diferentes paisagens, cenários e pessoas. Algumas têm o colorido mais alegre, vivo e vibrante do que outras. Eu prefico ficar com essas na memória. Tenho prazer em conhecer gente, dividir cheiros, sabores, sensações. E costumo dormir bem no ônibus...

    Hobby: Colecionar, degustar e escrever sobre cerveja. Escrevo uma coluna na Revista da Cerveja, sou jurado de concursos cervejeiros e do reality show Mestre Cervejeiro Eisenbhan. Também gosto de “brincar de cozinheiro”...

    Também produzo o biombo acrílico para contenção acústica Acquario Acústico, com projeto meu patenteado no INPI. www.acquarioacustico.com.br

    Objeto do desejo: abrir um restaurante flutuante na Praia do Laranjal, com palco e som de primeira!

    Um show que você não perderia jamais: Queen, Rush, U2, REM, Paul McCartney. Já vi e veria de novo, se possível fosse!

    Projeto de vida: viver da música com dignidade e ser feliz com minha esposa, Mari, e meus amigos.

    Discografia

    1987 – “Nenhum de Nós” (Plug/BMG)

    1989 – “Cardume” (Plug/BMG) – Disco de Ouro

    1990 – “Extraño” (RCA/BMG)

    1992 – “Nenhum de Nós” (BMG)

    1994 - “Acústico Ao Vivo no Theatro São Pedro” (Polygram) – Disco de Ouro

    1997 - “Mundo Diablo” (Velas)

    1999 – “Paz & Amor” (Paradoxx)

    2000 - “Onde Você Estava em 93?” (ACIT)

    2001 - “Histórias Reais Seres Imaginários” (Sony)

    2003 – “Acustico Ao Vivo Dois” (Orbeat/Trama) – Disco de Ouro

    2005 – “Pequeno Universo” (Orbeat)

    2007 – “A Céu Aberto” (Orbeat/Universal) – Gravado ao Vivo 20 anos de carreira

    2009 – “Paz e amor Acústico” (Imã Records/USA Disc) – Gravado ao vivo Theatro São Pedro

    2011 – “Contos de Água e Fogo” (Imã Records /Radar)

    2012 – “Nenhum de Nós Outros” (Imã Records)

    2013 – “Contos Acústicos de Água e Fogo” (Imã Records /Radar)

    2015 – “Sempre é Hoje” (Imã  Records /Radar/Deck Disc)

    2018 – “Doble Chapa” (Imã Records)

    DVD:

    2003 - “Acústico Ao Vivo Dois” (Orbeat/Trama)

    2007 – “A Céu Aberto” (Orbeat/Universal) – Gravado ao Vivo 20 anos de carreira

    2013 – “Contos Acústicos de Água e Fogo”  (Imã Records /Radar)